EM LISBOA assina-se um tratado mas agora
Europa já não é o umbigo do mundo
o vasto mundo global e em toda a parte o mesmo
à mesma hora nos telejornais.
O poema escreve-se pela porta estreita
na pequena diferença de uma língua antiga
a mesma em que de Bruges o Infante escrevia
que era urgente a reforma era urgente fazer
outro país no país. Não em Ceuta ou Tânger
mas promovendo na metrópole a economia e o estudo
sem esquecer o poema ainda por escrever
na grande página ainda por abrir.
É então que D. Pedro já regente
concede a D. Henrique a exploração do mar.
E o poema escreve-se quando se aprende
em português o verbo navegar.
In «Sete partidas»,
poema de Manuel Alegre, colecção «Mil Horas de Leitura» (n.º 4), Edições Nelson
de Matos, Lisboa, Julho de 2008 (2.ª edição)
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