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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

[A curvatura da onda], por Maria Velho da Costa

Pormenor de imagem encontrada em http://www.scielo.br/

A curvatura da onda é a mão que não apreende. A virilidade do mar está no ronco e na coloratura. O glauco é grave, a paciência, a espessura que dilacera a audição. A sereia é tecida do rochedo erodido à distância, sopro de alvéolos milenarmente tangidos. Sólida, a mulher do homem desfaz sob o bloco abissal a finitude da teia, espuma limítrofe, lateral.

In «Da rosa fixa» (poesia), de Maria Velho da Costa, colecção Graffiti, Quetzal Editores, Lisboa, 1999 (2.ª edição revista).

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