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sábado, 30 de janeiro de 2016

COMO A ONDA, poema de João Maia

Imagem encontrada em http://cabodofimdomundo.blogspot.pt/
















Como a onda a um toque de vento,
Principia um poema,
Lá longe,
No mar largo da vida.

Junta as coisas perdidas
À força que o levanta:
– Vozes, acenos, olhares,
As frases sem motivo,
Leves espumas.

Cresce cantando,
Cresce reunindo e caminhando
À Síntese eleita
E morre como a onda, ao encontrar
Outra onda mais pura e mais perfeita.

In «Écloga impossível», de João Maia, colecção «Círculo de Poesia» (n.º 8), Livraria Morais Editora, Lisboa, 1960 (1.ª edição).

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